Pragas em Museus: O Que São e Como Podemos Evitá-las?
- ICR Pachamama
- 27 de mar.
- 4 min de leitura
Insetos são considerados pragas de museus (ou insetos-praga) quando têm a capacidade de se alimentar de materiais presentes em objetos das coleções – como lã, seda, pele, penas, madeira e papel.
Museus com coleções vastas e variadas, que incluem objetos feitos de uma grande diversidade de materiais, precisam estar atentos à identificação dos insetos-praga específicos que podem ser atraídos por esses materiais. Essa identificação é crucial para a preservação do acervo.
Existem três grupos principais de insetos considerados pragas para coleções de museus:
Insetos que se alimentam de proteínas: Traças e besouros que consomem materiais de origem animal, como lã, penas e peles.
Insetos que se alimentam de amido: Besouros que consomem materiais como madeira e alguns objetos à base de alimentos.
Insetos indicadores de umidade relativa: Traças-dos-livros e psocídeos, que consomem materiais à base de papel.
(Foto: Patrick Clement, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons)
Insetos como aranhas, joaninhas e moscas frequentemente entram nos edifícios dos museus, mas não são classificados como pragas porque não causam danos às coleções.
Profissionais responsáveis pelo monitoramento de pragas em museus devem ser treinados na identificação de insetos-praga. Esse treinamento inclui o reconhecimento das características específicas de cada praga, como manchas no corpo, formato das asas, antenas e tamanho. A maioria dos insetos-praga encontrados em museus tem menos de 10 mm de tamanho, o que torna necessário o uso de microscópios de alta ampliação para uma identificação precisa.
Que danos as pragas podem causar em museus?
Os materiais mais ameaçados por pragas são aqueles de origem animal, como têxteis, cabelo, pele, penas e chifres. Esses materiais são consumidos por insetos que se alimentam de proteínas, que criam buracos irregulares e deixam para trás excrementos de insetos. Em casos de infestações por traças, também podem ser encontradas teias ou casulos.
Se não forem controladas, as pragas podem causar danos extensos, como grandes buracos, áreas sem pelo ou destruição completa de cabelos e penas. As pragas mais comuns que se alimentam de proteínas são as traças (traça-das-roupas e traça-dos-casulos) e os besouros.
Alguns insetos-praga preferem materiais à base de amido. Eles criam túneis internos na madeira, que enfraquecem a estrutura, e deixam buracos visíveis na superfície, conhecidos como "buracos de saída".
Insetos indicadores de umidade relativa, como traças-dos-livros e psocídeos, só prosperam em ambientes muito úmidos (acima de 75% de umidade relativa). Eles se alimentam de coleções à base de papel, causando danos a manuscritos, livros, fotografias e gravuras. Embora esses insetos sejam pequenos (1-15 mm no caso das traças-dos-livros e 1 mm no caso dos psocídeos), podem causar danos significativos se presentes em grande número, resultando em uma aparência desgastada e buracos irregulares.

Como controlar pragas em museus?
Insetos-praga são uma ameaça constante às coleções, pois são pequenos, altamente móveis e podem prosperar nas condições ambientais dos museus. Por isso, é essencial adotar medidas preventivas para evitar infestações.
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é a abordagem mais recomendada para o controle de pragas em museus. Ele inclui duas atividades principais: monitoramento e limpeza.
Monitoramento: Armadilhas para insetos devem ser colocadas em locais estratégicos, como perto de portas, cantos de salas, atrás de móveis e em áreas pouco movimentadas. Essas armadilhas são verificadas regularmente para identificar a presença de insetos-praga. O tipo de inseto, a quantidade e o estágio do ciclo de vida são registrados para avaliar o risco à coleção.
Limpeza: A limpeza regular é fundamental para evitar infestações. Poeira, restos de comida e detritos devem ser removidos, pois podem servir como fonte de alimento para insetos-praga. A poeira, em particular, é atraente para insetos que se alimentam de proteínas, pois contém partículas de pele, cabelo e fibras têxteis.
O Que Fazer em Caso de Infestação?
Se uma infestação for detectada, é importante agir rapidamente para minimizar os danos. Dependendo do tipo de praga e do material afetado, as opções de tratamento podem incluir:
Congelamento: Objetos pequenos podem ser congelados para eliminar insetos e ovos.
Aquecimento: O uso de calor controlado também pode ser eficaz contra certas pragas.
Anóxia: Uso de atmosfera controlada para tratamento de objetos, com uso de gases inertes.
Radiação Gama: Uso de radiação ionizante para tratamento de acervos afetados por insetos e/ou fungos.
Conclusão
O controle de pragas em museus é uma tarefa contínua e essencial para a preservação do patrimônio cultural. Com monitoramento regular, limpeza adequada e ações preventivas, é possível proteger as coleções contra danos causados por insetos-praga.
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