Em 2014, cientistas de Harvard confirmaram que a capa do livro "Des destinées de l'ame" ("Os destinos da alma"), do escritor Arsène Houssaye, foi feita com pele humana. O livro do autor francês, poeta e novelista que viveu de 1815 a 1896, faz parte do acervo da biblioteca Houghton, que guarda exemplares raros na universidade americana.
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A Universidade de Harvard anunciou em 27 de março que removeu uma encadernação de pele humana de um livro do século XIX mantido em sua biblioteca, destacando conflitos éticos sobre a origem do material.
O livro, "Des Destinées de l'Ame" (Destinos da Alma), fala sobre a alma e a vida após a morte, escrito pelo poeta francês Arsène Houssaye na metade dos anos 1880. Ele chegou em Harvard em 1934.
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A universidade afirma agora que busca maneiras de assegurar que os restos humanos sejam tratados de forma respeitosa, restaurando a dignidade da mulher não identificada cuja pele foi utilizada.
O livro, ainda sem a pele, foi primeiramente doado a Ludovic Bouland, um doutor amigo Houssaye. Foi o médico quem encadernou a obra com a pele de uma paciente do sexo feminino não identificada, que havia falecido de causas supostamente naturais.
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Dentro do livro, há uma nota de Bouland, enfatizando que nenhuma ornamentação foi estampada na capa para "preservar sua elegância", justificando que "um livro sobre a alma humana merecia ter uma cobertura humana".
A prática, conhecida como bibliopegia antropodérmica, tem sido documentada desde o século XVI.
Em sua declaração, Harvard reconheceu que seu manuseio do livro não atendeu aos "padrões éticos" de cuidado e que, ao divulgá-lo, ocasionalmente usou um tom "sensacionalista, mórbido e humorístico" que não era apropriado, comprometendo ainda mais a dignidade do ser humano cujos restos foram usados na sua encadernação.
A capa foi retirada do livro, que teve seu conteúdo digitalizado antes de ser removido do acervo da biblioteca da instituição. De acordo com a universidade, os restos humanos não ficarão disponíveis para pesquisadores.
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